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O que buscam os jovens pró-intervenção

  • barbarablanco
  • Sep 27, 2018
  • 3 min read



Pesquisa mostra que a maioria dos apoiadores da intervenção militar tem entre 16 a 24 anos Bárbara Blanco


(Dados da pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas. Foto por: Fabio Pozzebom, Agência Brasil)

É muito comum sair às ruas e encontrar manifestações e clamor por mudança. Relatos de diversas pessoas demonstram como, em uma dessas linhas de protestos, é possível achar pessoas que são a favor de um regime militar municipal ou no país, que é quando eles tomam o poder à força, também sendo considerado um golpe militar.

O Instituto Paraná Pesquisas divulgou, em fevereiro deste ano, uma pesquisa onde 67.8% das pessoas se dizem a favor de uma intervenção federal em seu município. O maior índice de apoiadores foram os jovens entre 16 e 24 anos, 69.5% deles são a favor de uma intervenção em seu município.

Isso têm sido cada vez mais comum, especialmente após a intervenção instalada no Rio de Janeiro em 2018. Marcello Reis, fundador do movimento Revoltados Online, explica melhor sobre a história dos pedidos.

“Nós iniciamos em 2010 nas redes sociais. Pedíamos intervenção militar, mas em 2013, com as manifestações que começaram a nascer, nós, especificamente, fomos estudar a constituição e vimos que a intervenção militar, apesar de estar na constituição, é o último recurso. Antes disso precisamos da democracia.”

Rafael da Silva (19) conta por qual motivo ele acredita no movimento. “Tem muita gente falando que com essa intervenção vai perder alguns direitos, porém, eu prefiro ter menos direitos e ter um país que funcione do que ter tantos direitos assim e chegar em casa e cada dia ter mais corrupção, mais insegurança, medo de sair, problemas na área da saúde. Talvez não seja a melhor alternativa, mas de todas que encontrei, essa é a que parece mais viável. É uma tentativa.”

Em setembro de 2017, o Instituto liberou uma pesquisa que mostrava que 43.1% dos brasileiros são a favor do regime militar no Brasil, desse número, o público que mais pedia já era o dos jovens da mesma faixa etária, 46% das pessoas entre essa idade apoiam o movimento.

Opinião de especialistas

O professor, sociólogo e policial Marco Antônio Tremante explica as motivações dessa geração z, apontando que embora os jovens tenham essa opinião, não são politizados, mas gritam por mudança.

“Eles estão mais envolvidos ultimamente, entendendo que a mudança precisa partir deles também. O jovem fica preso em casa por conta da violência, com medo, então ele, por falta de conhecimento, vê a ditadura como grande salvação do país.”

Marcello argumenta que os jovens, além dos conceitos apontados pelo sociólogo, têm os princípios básicos de família e do conservadorismo em si, por isso seguem a corrente.

Já o historiador e professor Alcides Guerreiro, discorda. “Esses jovens que apoiam o regime militar, na maioria das vezes não sofrem culturalmente nenhum tipo de repressão social. Eles não têm empatia e têm muitos privilégios. A inclusão de minorias acaba dando uma noção que a sociedade está em desordem. Por isso, esses indivíduos compreendem que a alternativa para impedir essa ‘degeneração’ seja um regime de força.”

Ele discute também a importância da mídia em todo esse processo. “Na mídia dominante, os jornalistas precisam se responsabilizar pela informação, já no Facebook, ninguém tem compromisso nenhum com a informação passada. Muitas pessoas começaram a se sentir representadas por grupos que não tinham qualquer preparo. Eles acabaram sendo engolidos pelas redes sociais.”

Páginas do Facebook que abordam o tema fazem sucesso, chegando a ter mais de 400 mil curtidas. A reportagem tentou contatar algumas delas, mas a maior parte de seus criadores e, principalmente, dos seguidores, não reagiu bem a procura, até mesmo ofendendo a equipe.

Guerreiro conclui que, pelos olhos da história, esse é um movimento que não tem precedentes de sucesso, apenas de fracasso, essa seria a comprovação de sua ineficácia.

 
 
 

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