top of page
Search

O peso do preconceito

  • barbarablanco
  • Apr 24, 2018
  • 2 min read

O peso, isoladamente, não é um indicativo para sinalizar doenças. Mesmo assim, crescem os comentários de preconceito contra pessoas gordas nas redes sociais.

Bárbara Blanco

Fernanda Gasel


Recentemente casos de bullying e preconceito foram vistos nas redes sociais contra pessoas obesas. Enquanto muitos se inspiram com a causa, e iniciam campanhas em favor despadronização dos corpos, outros aproveitam para praticar a gordofobia, usando contas falsas ou até suas próprias para insultar quem posta fotos mostrando o corpo cheio de curvas.

A Youtuber Gabriela Schabbach (18) é um exemplo disso. A menina ficou conhecida após criar uma conta no aplicativo “Twitter” (@chaneldovale) ao apoiar a causa LGBTQ+, e também o amor próprio independente de padrões já criados. Ela se assume gorda e com muito orgulho!


(Foto de Gabriela postada na conta de Instagram @mulheressreaiss)

Chanel, apelido que ganhou de seus seguidores, diz que tenta sempre ignorar os comentários negativos e focar nos positivos. “Os ruins são feitos por pessoas que de cara é visível que são super ignorantes e fazem isso com outros, então eu simplesmente ignoro”. A jovem ainda diz que a internet faz com que as pessoas acreditem que podem falar o que quiserem devido ao fato de poderem “esconder” seus rostos usando fakes e que muitos confundem a liberdade de expressão com o preconceito. “No momento que você começa a ofender uma pessoa já deixa de ser liberdade de expressão.” e que “Infelizmente nossa justiça é algo bem complexo, já existem algumas leis para crimes virtuais, porém esse assunto ainda é algo muito pouco falado e que ela nunca recebeu contato de nenhuma delas”.

O Decradi - Delegacia De Crimes Raciais E Delitos De Intolerância é uma das delegacias que lidam com o preconceito, segundo eles “A pessoa que sofreu o comentário preconceituoso deve denunciar ligando para uma delegacia local ou discando 100 alegando injúria, sem isso, mesmo que outros vejam e tentem denunciar, eles não podem fazer nada a respeito.” e completou “A liberdade de expressão se torna preconceito somente se infringir a lei Nº 7.716 de 1989” onde serão punidos apenas os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Além desses tipos de comentários, ainda têm aqueles em que o opressor alega estar prezando pela saúde de Gabriela. “Não é muito raro eu receber comentários do que eu chamo de ‘fake doctors’ ou em português Médicos Falsos, onde dizem que eu estou doente e que vou morrer. Ser gorda não quer dizer ser doente, assim como ser magra não quer dizer saudável.” Quanto a isso, a nutricionista especialista em transtorno alimentar e obesidade Marcela Kotait afirma que o sobrepeso, isoladamente, não significa falta de saúde e que a forma correta de avaliar alguém é pelo seu comportamento alimentar, não por meio de sua forma física.

Embora existam muitas comprovações médicas sobre o assunto, várias pessoas ainda usam tal argumento como pretexto para ofender outras.

Por fim, a blogueira aconselha outras pessoas que podem estar passando por algo parecido. “Não se importe com esses comentários, eles não te definem. As pessoas devem se amar acima de tudo sem se importar com o que as outras vão achar. Isso é um processo e não é fácil, mas quando a gente consegue entender que não precisamos ser escravas do padrão, tudo fica mais fácil.”

 
 
 

Recent Posts

See All
Marca do sofrer

Bárbara Blanco Fernanda Gasel Eu estava super atrasada. Tentei achar a roupa certa tantas vezes que perdi a noção do tempo. Mas tudo...

 
 
 
Destinos traçados

Bárbara Blanco O metrô virou uma verdadeira feirinha. Nesse pra lá e pra cá de objetos à venda ou artistas tocando por uns trocados, vez...

 
 
 

Comentarios


© 2023 by Jessica Priston. Proudly created with Wix.com

bottom of page