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O feminismo latino-americano como você nunca viu

  • barbarablanco
  • Sep 28, 2018
  • 2 min read

Updated: Mar 3, 2019

Primeira pesquisa que aborda a arte feminina vira exposição e chega a São Paulo

Bárbara Blanco


Foto por: Bárbara Blanco

Dia 18 de agosto deste ano, chegou a Pinacoteca de São Paulo a exposição Mulheres Radicais: arte latino-americana, 1960-1985, que traz todos os tipos de artes produzidos por mulheres latinas ao longo desses 25 anos.

A exibição foi criada pela venezuelana Cecilia Fajardo-Hill e a argentina Andrea Giunto, com o intuito de valorizar as obras femininas que até aquele momento não tinham tido o seu devido reconhecimento em nosso continente. Por aproximadamente 8 anos as duas reuniram e conheceram a história e as peças que hoje estão no catálogo.

Esse mapeamento feito pelas curadores foi a primeira pesquisa que deu visibilidade para o tema, só comprovando o argumento delas de que embora essas artistas sejam de extrema importância para a expansão dessa iniciativa, o sistema ainda é dominado pelo patriarcado, o que dificulta muito o trabalho fenomenal das mulheres que buscam mudar esse cenário.

A exposição conta com 15 países participantes que juntaram cerca de 120 artistas. O catálogo possui mais de 280 obras expostas em vários núcleos com temas distintos, como por exemplo Feminismos, O poder das palavras e Resistência e medo, possuindo desde mídias audiovisuais, até pinturas e esculturas em gesso.


Obra Arqueologia do Desejo (colo e ventre), Nelly Gutmacher. Foto por: Bárbara Blanco.

Diversos temas considerados tabus são abordados em tentativas de desmistificá-los, como por exemplo os pelos, a menstruação e o corpo feminino em geral. Além de romper com a imagem padronizada do homem e da mulher, usaram das obras como uma forma de denúncia diante da violência social, cultural e política vivida na época. Fotografias que simulavam um estupro de uma mulher ilustram isso e chocam o público.

Originalmente organizada pelo Hammer Museum em Los Angeles, o Brasil foi o único país latino que pôde receber a exibição, porque além de as peças serem extremamente frágeis, também têm um custo bem alto, que só foi possível ser pago graças a ajuda das “Mulheres Extraordinárias”. Elas são 30 mulheres admiráveis que possuem o espírito da exposição e abraçaram a causa para que ela fosse viabilizada aqui.

A apresentação procura ir além de questionar o papel da mulher na sociedade e o corpo feminino, traz também como a mulher mudou o rumo de diversas histórias. Graciela Gutiérrez, por exemplo, que durante a ditadura argentina enviou postais para artistas de todo o mundo com as palavras “Grupo Familiar” para fazer alusão às mulheres que perderam seus filhos nesse período.

Um último recurso usado para demonstrar a desigualdade foi uma linha do tempo de todos os países latinos usando por marco inicial a conquista do direito de votar das mulheres que aconteceu no Brasil em 1932. A partir desse marco são listados diversos acontecimentos que interferiram, principalmente, na vida feminina.

A exposição ficará aberta para visitação até dia 19 de novembro de 2018, de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 17h30 com permanência até às 18h00 na Pinacoteca SP - Praça da Luz 2, São Paulo.

 
 
 

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