Celebração do Centenário de Irving Penn vira exposição no IMS
- barbarablanco
- Sep 28, 2018
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Exposição originada no MET chega ao Brasil no IMS Paulista
Bárbara Blanco

Instituto Moreira Salles (IMS) celebra os 100 anos do nascimento do renomado fotógrafo Irving Penn com exposição que comporta mais de 230 de suas maiores obras. Foi organizada pelo The Metropolitan Museum of Art (MET) em conjunto com a Fundação Irving Penn em 2017 e veio para o Brasil esse ano, quando abriu para exibição dia 21 de agosto.
Com a curadoria de Jeff L. Rosenheim e Maria Morris Hambourg, a exposição contém 12 setores, cada um com um dos temas fotografados por Penn. A coletânea comemorativa buscava homenagear a genialidade do autor.
Irving Penn (16.06.1917 - 07.10.2009) começou a fotografar muito cedo, logo após o fim da época de escola ele já tirava fotos amadoras e em 1938 comprou sua primeira câmera. Em 1940, se tornou diretor de arte da Saks Fifth, mas só ficou conhecido por seus trabalhos quando começou a trabalhar como fotógrafo na revista de moda Vogue em 1943, lugar onde consagrou seu nome e trabalhou por 66 anos.

Além de suas fotografias de moda, Irving investia em diversos temas, como por exemplo:
Nús femininos, onde ele buscava retratar “mulheres reais em circunstâncias reais”, embora não tenham sido bem recebidos em 1950 quando ele os expôs.
Natureza morta, que era uma de suas maiores paixões na área da fotografia. Ele contava histórias através dessas composições fotográficas que criava e é desafio do observador entendê-las.
Cigarros, nessa parte de sua obra, ele mostrava por belas fotos algo que considerava tão detestável. Em entrevista com o IMS, a curadora Maria Morris Hambourg explica o intuito de Penn: “Era uma contradição. Resolveu fotografar bitucas na intenção de deixar elas lindas e até mesmo sensuais . Tem a ver com a atração dos cigarros que foi uma armadilha para seu pai que faleceu de câncer”
Retratos clássicos, justamente por ser muito conhecido por seus trabalhos na revista, fotografou dezenas de nomes importantes, sendo extremamente rigoroso com um bom retrato.
Maria Morris, durante a entrevista, relatou como era ser o foco de um retrato feito por Irving Penn: “Muitas pessoas diziam que ser fotografado pelo Penn era igual a ir no consultório de um psicanalista, uma experiência muito intensa. Uma relação de interação entre o fotógrafo e a pessoa que iria ser fotografada.”
O outro curador, Jeff L. Rosenheim fala sobre como foi o processo de escolha de quais obras expor: “Nós pudemos olhar milhares de fotos. Um incrível lembrete do trabalho analógico. Ele fazia suas próprias impressões, ele queria que o objeto fosse tão interessante quanto a imagem. Nós pudemos literalmente segurá-las, pegar algumas delas para escolher”.
Contou ainda sobre a experiência de estar na Fundação e conhecer mais ainda o trabalho de Irving: “O que a Fundação estava oferecendo ao MET era uma oportunidade de ver as melhores pinturas sobreviventes do completo trabalho do autor. Eu nunca na vida tinha visto um corpo de trabalho mais magistral em um só lugar"
Maria comenta que vários fotógrafos do século 20 herdaram a sua prática mas poucos deles tinham a sua visão incrível, porque ele realmente era o padrão ouro do meio.
Com obras estonteantes, a exposição choca até aqueles que já conheciam o trabalho do fotógrafo. A composição é imperdível e todos que tiverem a oportunidade de conferir não devem pensar duas vezes em ir até o IMS.
A exibição acontecerá até dia 18 de novembro de 2018, nas galerias 2 e 3 do Instituto. Está aberto de terça a domingo, inclusive feriados e o horário de funcionamento é das 10h às 20h; quintas, até as 22h.

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